quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dessa vez vai um título.

A Roda

Essa é a história de um menino que nasceu munido de uma consciência. Consciência de que o mundo girava, e de que sua força motriz era uma grande roda.

Roda que era viva e dentada, e que residia no intelecto de cada um, de maneira simultânea e em uma sincronia universal. O menino lutava, dentro de seu destino, para se tornar cada vez mais forte, para que pudesse imprimir cada vez mais força à grande roda.

Uma vez por semana, ele tirava uma folga, para que pudesse dar chance à inércia, e para que pudesse observar como é que o mundo continuava a girar. Ah... como ele gostava de observar. Olhava outros meninos brigando entre si, meninos que brigavam sem mesmo se lembrar porque brigavam. Mudava seu foco, por que perder tempo olhando ali, era mais útil guardar suas forças para tentar girar mais forte a roda, quem sabe assim ele conseguiriaa mudar isso no mundo.

À noite, depois de convencer as paredes de que seu sono tinha que ser tranquilo, o menino sonhava. Sonhava um mundo de céu azul, cheio de música e de sorrisos.

À noite, sua mente novamente dava corda para sua força motriz.. Era da mente que vinha sua força, sua luta e sua causa. Tudo estava em sua mente.

Como todo réles mortal, ele tinha chuva no seu mundo, chuva para lavar corpo e alma, chuva dos céus, chuva dos olhos. Às vezes ele até segurava a chuva dos outros, pois é assim que ele entendia o que era viver em um mundo que pertencia a todos.

Tinha seus favoritos, mas lhe custava entender que sua felicidade estava neles, e por isso, nem sempre os tratava como de fato deveria tratar.

O menino almoçava sorrisos, sorrisos amarelos, brancos, metálicos, falsos e cheios de histórias para contar, falsos mas nem com tantas histórias. Seu universo gastronômico de sorrisos era vasto e lhe existia uma ânsia de que ele deveria ser cada vez maior.

Sua sobremesa era o conhecimento. Uma doce ilusão (já que era sua sobremesa). Tentava engordar de seu doce a todo custo, mas era difícil, pois no seu mundo ainda persiste uma epidemia. A epidemia que se espalha mais rápido que qualquer gripe, pois a gripe preguicenza Abecedário é a matrialfa do mundo dos vírus. Às vezes os anticorpos do menino funcionavam e ele aprendia alguma gordurinha aqui e ali.

Seu jantar era rico em carinho, só assim poderia suprir a demanda criada por todo aquele esforço que era necessário para girar a roda. Carinho com o pé, carinho com a mão, com a palavra, carinho doce, carinho apimentado, carinho de mão e carinho tarado.

Adorava lutar, sua luta era sua vida, mas também adorava descansar, pensou até em só andar de saci, pra que pudesse andar com uma perna e descansar ao mesmo tempo.

A roda do mundo não pára, a inércia vai sempre mantê-la girando, e é nosso menino quem a gira, junto com você, e com todos os outros. Cada mundo uma força, cada força, um menino. O mundo é dele(s), o mundo é de cada um.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Músicas são como paixões, estão indo e voltando de nossas vidas. Só se tira uma música da cabeça quando uma nova paixão surge, e insistentemente nos faz insistir em cantá-la.


Nosso canto não precisa ser real, pois na nossa imaginação somos sopranos, barítonos e tenores, e nunca perdemos a afinação. Coincidentemente, nas paixões, quando sonhamos e planejamos, somos amantes perfeitos. Mais do que isso, somos correspondidos.


Mas, quando o canto é real, pobres são aqueles que nos acompanham! Não importa se vc é Michael Jackson e canta surpreendentemente bem. O rei mostrou como ouvir uma ótima música n vezes no espaço de uma semana, pode fazer com que a música se torne insuportável.


Bem como algumas paixões na vida, músicas são recorrentes, e a todo instante podem retornar para assombrar ou alegrar.


O que mais me surpreende, quando penso neste assunto, é o fato de que somos os senhores da nossa auto-sufocação. Quando ouvimos nossas paixões dezenas de milhares de vezes seguidas, sabemos que boa coisa não sai desse excesso. Ora dependência, ora a saturação, o exagero é outra substancial importante droga do homem.


Um dia quero listar essas drogas, tudo compiladinho em um texto. Na minha lista eu tenho somente duas: A nostalgia e o exagero. Tem alguma sugestão?

domingo, 1 de junho de 2008

Recupere.

Recupere a sua sorte, ela é sua auto-estima, seu desafeto.

Recupere algo que te faça sorrir, veja que não dou aqui receita de bolo algum.

Recupere o muito, ou pouco que te faça chorar.

Um sorriso não tem valor se já não se chorou antes. Às vezes fazemos ambos simultaneamente, só para lembrar do valor dos dois, pois

esquecemos o valor que os diferencia, e passamos a nos lembrar novamente, entre sorrisos e soluços.

Recupere a sensação de se esticar. Por poucos segundos na minha vida, me senti tão bem quanto quando estava me esticando.

Recupere antigas vontades, nostalgia é o ópio do homem contemporâneo. E confesso q às

vezes Chaves faz Woody Allen parecer opaco.

Recupere sua faceta de família, aquela que você não mostra da porta da rua para fora.

Por motivos banais, ela pode estar amassada, fétida, manchada. Mas roupa suja se lava em casa.

Portanto, fique à vontade e recupere.

Recupere agora, no passado você ja fugiu muito das recuperações.

Recupere a sua vaidade, ela é como tempero, sem ela tudo fica sem graça, mas se abusar ninguém vai querer comer. Trocadilhos à parte.

Recupere a Sua vida, tire-a da mão dos outros você é capaz de cuidar dela com maestria, espere deles apenas malícia e descaso. Assim se houver um carinho ou algo positivo você terá uma bela surpresa.

Recupere a justiça nos seus atos, se você pensar seu umbigo é bem menos atraente do que imagina, nem olhe tanto para ele. O meu por exemplo, é peludo.

Recupere aquilo que te faça pensar, mas não aquele pensar corriqueiro.

O pensar dos pensares. O pensar que engrandece. O pensar sobre SI mesmo.




Eu não te dei um "Big Mac" mas volte sempre! você é bem vindo! (ou não)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Manhã de terça, chove. Ritual do despertar: após corriqueiro sentar na cama, passos amistosos em direção à cozinha, o chão branco e gelado belisca seus pés enquanto passarinhos fazem questão de lembrar que aquilo não é sonho.
Os cinco "pis" do forno microondas o despertam novamente, trazendo seu combustível láctico, e uma água fria, digo morna, agora quente o espera num cubículo vil, único lugar onde expõe suas vergonhas. Após secá-las uma pasta que todos os dias tem o mesmo sabor o aguarda para seu alvo ofício de abrasão e um ardido anti-séptico anseia por lhe servir.
Após meticulosa escolha de vestuário, cujo critério é proximidade, nosso protagonista olha através da janela e descobre que seu dia será diário, mais um réles dia que sucede o ontem e antecede o amanhã, e que pouco a pouco vai cavando seu jazigo no cemitério dos infinitos hojes.
Quando deixa sua casa, esquece sua disposição, e fica com preguiça de voltar para buscá-la, e veste suas olheiras num caminhar oblíquo e linear que acontece entre bocejos e lamentos que parecem ter sempre o mesmo som.
Subitamente tira do bolso um fone que reproduz os dizeres do rádio, que em suma fala de mais falcatruas de políticos e desastres naturais, de vez em quanto toca uma musiquinha. Ao entrar no seu ônibus e esbarrar em mil lombos cansados percebe que junto a sua claustrofobia sente no meio daquela gente, solidão.
Lá se vai mais um dia.

Queria descobrir se conseguia escrever algo que fizesse sentido sem ter o que escrever. Consegui?

Eu não te dei um "Big Mac" mas volte sempre! você é bem vindo! (ou não)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Estou indignado. Nenhum pai deveria assistir o enterro de um filho.

Desculpem minha ignorância, não consegui discorrer a respeito do acima mencionado.

Verdade

Em determinado momento, lugar e ocasião você certa vez contou uma verdade. MENTIRA!
Monges budistas vivem no pagode.
Isso nunca me aconteceu.
Não! Não, esse aí está mais bonito.
Filho, existe a cegonha...
Não. Você não estava mentindo, só discorria sobre a situação.
É de minha opinião que entre a via informativa do ser humano e a via receptora, existe uma via de raciocínio. Isto é, sempre que o homem assiste algo,ouve algo, ou sente algo ele pensa e jamais consegue traduzir da mesma maneira um fato como ele de fato ocorreu.
A partir deste presuposto, justifico a minha teoria: a verdade não existe e o que sabemos sobre ela é devido a aceitabilidade dos fatos que baseiam a sua informação.
A verdade é circunstancial, ou seja, se existe um bom mentiroso esse é aquele que lembra de todas as suas mentiras, assim o emaranhado de seus fatos faz com que tudo torne-se uma verdade, até que pouco a pouco ele próprio não possa distinguir o que é a verdade fatual.
Eu não sei o que é esse fragmento das minhas idéias. Uma teoria? É só algo que ecoou após um surto de inspiração.

Eu não te dei um "Big Mac" mas volte sempre! você é bem vindo! (ou não)

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Hoje minha indignação veio à tona mais uma a vez. (despertar notório de uma “rotina” velha parceira minha)
Desejo da polegada mais sublime do meu âmago que ao escrever essa “pequena perda do seu tempo” os sinais da minha singela ortografia comecem a tremular e me jogar em um profundo e gostoso sono, que seria de beleza, mas minha mãe ficou me devendo essa.
Alguns posts atrás me indignei com as mulheres do meu Brasil varonil, mas hoje aproveitando a clarificação da minha mente desvendei o efeito dominó.
Talvez eu me arrependa do que vou explicar agora.
Escrevo aqui sob efeito da minha hipocondríase, pois julgo-me mais um inocente urbano insone, talvez não tão inocente mas deveras urbano e insone.
Me julgo desocupado.
Me sobra tempo para pensar.
O que me faz pensar? Na verdade TUDO, aliás não passei nenhum momento da minha existência sem fazê-lo.
Mas na lista dos mais cotados tenho certeza que lá estão bons filmes e meninas... Meninas.
Se me indignei com elas foi porque me fizeram pensar, e bastante. Pensar na minha cama me mantém acordado.
Paro aqui para explicar qual é a “rotina” que mencionei linhas acima.
Poderia enrolar linhas e linhas, mas preferi mencionar o nome INSÔNIA.
A graça da insônia é que ela nos dá um poder de “Mãe Diná” pois sabemos que no dia seguinte apresentaremos fadiga, irritabilidade e agressividade. (eu falo enrolado e babo também, se é que é importante)
O ruim dela, é que existe a graça.
Mas se não fosse pela menina esse texto jamais seria escrito. (se é que isso é um texto), muito menos você estaria lendo (se é que está lendo). Eu gostaria muito agora de saber como embaçar as letras do meu escrever, para te fazer pensar que está com sono. Seria engraçado HÁ-HÀ. Seria zzzz zz zzzzzzz z zz z zzzzzz.


Eu não te dei um "Big Mac" mas volte sempre! você é bem vindo! (ou não)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Cotidiano, a maneira mais sintética de rotularmos a repetição dos nossos dias, que as vezes vazios e sem expressão simplesmente passam, sem nos cansar ou incomodar.

Rotina, a maneira mais raivosa de nomear dias chatos e repetitivos que são percebidos quando paramos e olhamos sobre nosso ombros.

Dia-a-dia, locução que sutilmente tangencia a matemática quase somando as vinte e quatro horas componentes de um dia.

Levando em conta essas conclusões e o fato de que ultimamente os dias têm se tornado tão pequenos, pois existe a iminente necessidade da abdicação de certas atividades. Parei. E refleti sobre o tempo, uma das únicas coisas que nem a física, nem a química, nem a metafísica, nem a literatura, ou seja nenhuma ciência conseguiu explicar o que é. O fato é que o tempo não é simplesmente o desenrolar dos acontecimentos. Nem é meu, seu ou nosso. Por isso ninguém pode tomá-lo.

Tomando por base essas humildes considerações eu rediji um poemeto, inspirado por um professor que disse: -Um bom poema é carregado de aliterações e assonâncias. (fiquei devendo as assonâncias para uma próxima vez)





Tempo, tempo, tempo.
O tempo passa, passa o tempo,
vai passar, passar o tempo, o tempo passa.

O tempo não voa, grita,
avisando-te:
-Não tem porque passar o tempo inteiro olhando o tempo,
pois tempo é o que menos você sempre tem.
Poderia passar a plenitude da sua pacata vida fitando e piscando para o relógio,
mas não poderia por pares de segundos fazê-lo parar.

Mas, se parar um perene momento para notar minha pequenina paciência,
que impaciente te espera.
O tempo faria uma pausa, talvez eterna, talvez perene, talvez para sempre.
Talvez pequena. Não sei.
Pois o tamanho do ontem pode não importar.


Quanto ao título deixo à fértil imaginação dos meus queridos amigos!

Eu não te dei um "Big Mac" mas volte sempre! você é bem vindo! (ou não) é bem vindo! (ou não)